quinta-feira, 25 de agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Porque só sei dançar sarrando?



Mais uma da série tudo tem seu começo.

Eu tinha esse amigo. Nem bonito nem feio, Ele tinha esse sorriso de balançar pernas. Sabe quando a pessoa sorri e você já imagina ela te comendo? Pois é esse tipo de sorriso.
O dia inteiro juntos, ele um pouco mais velho, espírita, leitor de Baudelaire e Carlos Zéfiro. Eu mais nova, macumbeira convicta, leitora de Machado de Assis e Tio patinhas. Sempre juntos, sempre rindo, sempre discordando.  Ele Sport e eu Santinha.
Ele frequentava os clubes sociais do subúrbio todas as sextas e sábados, paquerava até com poste. Um dia leu um livro onde o personagem principal dançava com as meninas que ninguém queria dançar, ele tomou isso como missão.
A cada festa pelo menos cinco músicas eram dedicadas as moças do canto escuro do salão.
Peguei a deixa.Vou com você e danço com os meninos do lado escuro do salão. Os espinhentos, os mal encarados, os fedorentos, os mal vestidos. Fomos. Ele o rei da festa. Eu? Descobrimos que danço mal, muito mal, péssimo mesmo. Até os meninos que nunca dançavam desistiam de dançar comigo no meio da música. Tristezinha. Meu amigo veio com a solução simples.  - Dança sarrando. Como? Dança sarrando. Deixa o cara se encostar em você, deixa o pau dele roçar na sua buceta, deixa o pau dele ficar meio duro, deixa ele sentir o cheiro do seu cabelo, dá uma fungada no pescoço dele, deixa a mão dele te conduzir, faz promessas sem dizer nada.
-       Pode dar um exemplo?
Dançamos, sarramos muito.
Minha mãe, quando me viu dançando um tempo depois disse: isso que tu dança, não se dança em pé’’.
Seguimos indo para as festas eu e ele, nós dois donos do salão sarrando indiscriminadamente.
Tem uns que até gozam só no sarro. Tem uns que continuam sarrando mesmo depois que a música acaba.
Continuo assim. Só aprendi a dançar sarrando, só sei dançar sarrando e gosto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sub 20



(Ilustração - Escultura "O Beijo" de Constatin Brancusi, Feito em homenagem a uma amiga que se suicidou de amor)

Tem dia que de noite não tem foda.Você faz tudo certinho, depilação (virilha cavada inclusive), manicure, pedicure, calcinha nova combinando com o sutiã, perfume suave, vestido roque santeiro (aquele que faz milagres pelo seu corpo) chega nos lugares certos, troca olhares, evolui na pista e nada acontece. Os bares cheios de figurinhas repetidas, mas você não quer jogar bafo-bafo, quer uma novidade.Uma novidade.
Tome cuidado com o que pede.
Melhor decisão, voltar para casa.
-       Beto querido,  me dá a saideira e a conta.
-       Posso tomar a saideira com você?
Olhei para o lado era um menino. Perguntei logo
     Quer que eu fique até seus pais virem te buscar?
Vocês perguntariam o mesmo se vissem a cara do menino.
Ele sorriu, acho que tinha acabado de tirar o aparelho dos dentes.
-       Não, eu quero tomar umas duas cachaças  com você e depois ver o que rola.
Simples assim. Direto desse jeito. Jovens.
Fiquei pensando que a delegacia do menor era alí do lado. Fiquei pensando que poderia ser presa, Fiquei pensando em Nossa senhora Das Dores com as 7 espadas cravadas no coração, fiquei pensando nele nu. Parei de pensar
-       Saideira então.
-       Outra saideira.
Conversa boa, aquela moleza que a bebida dá. Um sono.
    - Vou nessa, nos vemos
-       Te acompanho
-       Moro perto
-       Eu sei
Esse menino está me seguindo para roubar meu rim, só pode ser. Pensamento rápido que me ocorre de quando em vez. Sai pensamento ruim. Sai.
Caminhada rápida, portaria, porteiro elevador, sorriso lindo. Esse menino vai roubar meu rim. Sai pensamento.
-       Quer beber alguma coisa?
-       Continuo na cachaça
-       Saúde
Já sem camisa, já sem vestido, já no chão da sala, já não sou tão jovem.
Bendito seja o inventor meia luz.
Já nua.
Esse menino começa beijando minha barriga, nem pelo peito, mais comum, nem pela buceta, mais ousado. Pela barriga.
Obrigado senhor porque eu tenho dinheiro para pagar um personal.
Beija minha barriga, arrepio inteira. Sobe e começa a beijar minha boca, a mão desce e massageia suavemente o meu clítores.
Jesus amado se ele quiser levar o meu rim pode.
Segue ali, deitado do meu lado beijando e massageando. Para tira o resto da roupa. Pau bom
-       Camisinha tem aonde?
-       Na mesinha do quarto
-       Quer ir para o quarto?
-       Não.
-       Já volto
Se coloca no meio das minhas pernas, enquanto mete o pau, continua massageando. Fecho os olhos para não ver passar o tempo.
-       Olha para mim, olha para mim, eu quero tanto estar aqui.
Como a pessoa fala isso para outra?
Fiquei de olhos abertos vendo ele me comer. Ele ri enquanto trepa, olha nos meus olhos, serpenteia dentro de mim.
Eu quase gozando. Ele para. Para.
-       Primeiro eu depois você
Tontinha, nem entendi o que.
Puxou uma almofada do sofá, encaixou no final da minha coluna para suspender um pouco os quadris e facilitar a penetração. Botou todo o peso do corpo dele sobre o meu, e veio com força.
Aquele barulho dos corpos se batendo. Um suor danado. Segura com a minha cintura. Tenta me beijar, chupa meu peito, morde minha boca e goza aos gritos. Desaba sobre mim.
Lambe o suor que escorre no meu pescoço, entre os meus peitos, na minha barriga.
Fica de pau duro de novo. Olha nos meus olhos.
- Agora você.
Desce a boca para a minha buceta que está latejando, doendo quase, chupa com delicadeza cada canto, mete a língua lá dentro. Eu gozo, apertando a cara dele no meio das minhas pernas.
Desarmada, sem forças, achando macio o chão, ouvindo um zoombido lá longe.
Ele se deita ao meu lado, coloca uma perna sobre mim me vira um pouquinho de lado, de costas para ele, começa a beijar a minha nuca e diz baixinho
-       Agora eu de novo
-       Se quiser pode levar o rim e o fígado, mas deixa o coração que eu preciso dele de vez em quando.