Existem poucas coisas tão
boas quanto acordar com ele dizendo no meu ouvido – vou gozar. Dito assim,
quase sem falar. Dito ou pensado? Ele me pede ou me avisa? O peso, o encaixe, o
suspiro, a quase morte. A ilusão de que por um segundo somos um só. Gozar com
um outro exige cumplicidade, o sexo é uma brincadeira, jogo de dupla, as vezes
mais de uma dupla. Não estou falando de
amor, nem de para sempres, nem de ilusões e projeções de uma vida futura. Estou
falando daquela meia hora, dentro do quarto, ou qualquer outro ambiente que
tenha a mesma função, daqueles instantes que sua atenção esta no seu corpo, nos
seus desejos e nos dele. Instintos básicos, brincadeiras, pequenas marcas
deixadas. Uns falam de um ringue, de uma
batalha, um duelo, eu encaro como uma dança, um pas de deux, não tem vencedor,
um está ali para o outro. Uma forma de oração, um mantra. Dura pouco e alegra
um dia, ou um mês se você tiver sorte. Uma trepada boa, realinha os chakras e
organiza os pensamentos, coloca os problemas em seus devidos tamanhos. Gozar ainda
é a melhor diversão. Boa semana para todos. A minha parece que vai ser bem
legal.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
Pesca Mortal
É sempre poética a imagem da femea que sai na noite, toda
arrumada a procura de uma boa trepada. Enfeita-se, depila-se em lugares nunca
dantes navegados, calcinhas de renda, maquiagem nas imperfeições e coisa e tal.
Mas na vida real se dá quase que uma pesca mortal, sim por que a noite é um mar
de possibilidades. Depois de um tempo já tendo trepado a quantidade de vezes
que trepei, não é em qualquer mar que consigo um bom pescado. Depois de um
tempo você já conhece as marés e onde vale a pena jogar a rede. Algumas vezes a
vontade de trepar é tanta que qualquer sardinha vira salmão, foi o caso.
Noite destas, assim toda pronta, parti para mais um episódio de
pesca mortal. Um bar, uma festa, uma roda de samba e nada de aparecer uma
presa, final de noite perto de casa vamos ver se a sorte nos ajuda. Ajudou.
Enfim, como falei antes, na hora da fome arroz com ovo é risoto. Foi assim dessas trepadas média, tipo nota 7.
Sim eu dou nota e não se façam de inocentes porque todo mundo faz isso. Achei
estranho ele esperar o dia clarear, achei estranho ele pedir uma caneta, achei
estranho ele escrever frases estranhas e desconexas sobre a noite, sobre a
troca de olhares, sobre uma certa buceta muito molhada, sobre um pau
encontrando um refúgio. Achei ruim quando a tinta da caneta acabou e ele pegou
um marcador de cds, fez desenhos delicados. Uma hora colocou dois dedos na
minha buceta, ficou massageando, brincando, depois tirou e começou a descrever
sobre cheiros. Me comeu mais uma vez. Ficamos os dois carimbados da noite. Foi
embora. Acontece, uma trepada nota 7 em evolução pode virar 10 em criatividade.
PS. Alguém sabe como remover marcador de cd do corpo?
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