sexta-feira, 29 de abril de 2011

Irada




Eu estava com muita raiva. Raiva intensa. Não por coisa pouca, cotidiana. Era por causa séria. Não por tampas de vaso levantadas, meia garrafa de água na geladeira, copos na pia, lençol dobrado errado ou atraso. Era raiva de coisa grande, ele sabia disso. Ficava calado.
A raiva era tanta que eu cortava a carne imaginando que era o pau dele. Vou fazer picadinho.
Ele chega. Podia discutir a porra da relação, podia me iludir, podia fazer promessas. Levanta o meu cabelo e se encaixa nas minhas costas. Beija exatamente o cangote.  Cangote é aquele ponto na nuca que em mim é conectado diretamente com a buceta. Tentei me manter conectada com a raiva. Raiva de quê eu não me lembro, mas era muita raiva. Se esse filho da puta levantar minha saia furo ele aqui mesmo. Fica ali beijando a minha nuca, a orelha. Mão entra na saia, mão entra na calcinha, mão acaricia o peito. Isso é um homem ou um polvo?
Esse filho da puta não vai pegar a manteiga para me enrrabar… É  muita cara de pau a manteiga novinha, Aviação ainda por cima.
E a raiva vai descendo não sei para onde. Uma raiva tão grande.
Ele de pau duro já me comendo e eu puta de estar achando aquilo bom. Tão bom. Suor de dois deveria ser o nome do prato. E se essa pia cair?
Desculpa meu amor, diz ele bem baixinho ou nem diz e eu faço que ouvi.
O bichinho é tão bonzinho vai me deixar gozar primeiro. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Gênesis

O interesse pelo tema começou quando descobri que o tema latejava no meio das minhas pernas. A geração anterior pegou o "catecismo" do Zéfiro, uma coisa simples de traços pouco rebuscados mas extremamente eficaz para os prazeres solitários.
Lá em casa a pessoa qualificada para falar do assunto comigo deveria ser minha mãe, não foi. Eu conversava muito com Zefa uma ex-profissional do sexo, que agora casada, achava muito engraçado me contar os fatos da vida enquanto eu ajudava ela a lavar a roupa do dia.
Curiosidade aumentando e a vontade de fuder nem se fala.
Por sorte mamãe comprou a enciclopédia Barsa, a coleção completa de Machado de Assis, 10 volumes sobre história da arte, o atlas do corpo humano e de brinde veio o Kama Sutra. De brinde. Rapidamente se descobriu o tema daquele livro de capa branca de letras douradas, rapidamente foi escondido, não tão rapidamente eu descobri onde estava. Leitura obrigatória antes de dormir. Claro que fui descoberta em flagrante delito. Claro que o livro sumiu. Claro que não parei de ter curiosidade.
Descobri Crumb e suas mulheres gigantes, gostava porque pareciam comigo. Depois passei para a realeza dos quadrinhos europeus, Milo Manara e Guido Crepax. Crepax divide o quadro como um storyboard, mulheres longilíneas de quadris largos. 
No mundo o tema é antigo e se desenha e se pinta e se fala dele desde que o tempo é tempo, se fala só não, se pratica também.














segunda-feira, 25 de abril de 2011

Crença

Em mim tudo começa com cheiros. 
Cada uma tem um cheiro. Não falo de perfumes ou essências. Falo de quando você coloca a mão no meio das pernas dela, o dedo grande na fenda úmida. É deste cheiro particular que me refiro. Cada uma tem um. É com este cheiro que tudo começa. O latejar do pau, a tontura, a vontade de estar ali dentro. Apertado, tem umas que apertam, naturalmente, sem esforço, apertam como se fosse uma vingança.
Esse torpor, um zunindo, essa parte bicho que me toma.
E a textura? Gelatina? Veludo? Barro? De que porra ela é feita?
E quando você encontra uma que se acopla, se mexe junto, que o gemido te desnorteia? Uma que te faz juras e te diz absurdos. Queria acreditar no que dizem elas nessa hora.
Queria.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O que você vai pensar depois.

Meninas, olhem cada foto por 5 segundos e depois me respondam - No que você está pensando agora? 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Para dançar sarrando


Hoje é aniversário Dele. A primeira vez que dancei sarrando era Ele cantando. A primeira vez que ouvi alguém descrever uma trepada bem direitinho foi ele falando. Cavalgada é a descrição certinha de uma trepada. E o povo na rua cantando e minha avózinha cantando e minha mãe cantando. Será que o povo sabia o que estava cantando? O povo eu não sei mas minha mãe e minha avó com certeza sabiam. Aquelas sabiam muito. 
Dá uma olhada no link

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Matinal


- Vem cá, vamos dar uma trepada. 
- Agora?
- Tem hora?
- Tem rima?
- Hoje é Domingo, deixa eu descansar. Daqui a pouco no chuveiro.
- Sem isso de no chuveiro, eu quero uma trepada completa, não esse negócio que você se instala numa posição e diz "me come"
- Eu digo "me come?"
- Diz e fica quase inerte.
- Coitado faz todo o trabalho sozinho, se eu fosse você largava essa vadia
- Quero uma trepada interativa.
- Que seria?
- Eu peço e você obedece
- Posso tomar um banho antes?
- Está valendo a partir de agora. Senta e abre para mim.
- Abre exatamente o quê?
- Porra! As pernas, e depois deixa eu ficar olhando para ela
- Ela quem?
- Abre as pernas e depois com as mãos abre bem a tua flor
- Vamos combinar uma coisa, chamar as coisas pelos nomes próprios delas, se ficar chamando de flor, poço do prazer, botãozinho eu vou começar a rir. Buceta e pau ok?
- Respira
- Abre a tua buceta e deixa eu ficar olhando.
- É linda, sabia? Chega mais perto.
A minha boca conhece tanto essa buceta, esse cheiro, o jeito que ela se contorce, será que eu devia ter feito a barba?
- Fica de quatro
- De quatro não. Acho lindo ver você me comendo.
- Fica de lado
-Se machucar você diz
- Digo não
- Devagar sem pressa. 
- Sem pressa
- Vai ser junto
- Se você quiser
- Se você esperar
- Espero
-Parece um porre de loló. 
- Fica quieta agora.
- Fico
- Quer começar de novo?
- Se o senhor mandar.

Pausa


Se sua vida tivesse que parar, congelar em um momento, que momento seria esse?
O momento exato que gozei pela primeira vez.

Conta de Chegada


Ele se diverte com uma matemática estranha. Um pau mais uma buceta mais duas mãos mais dois peitos mais uma boca e mais outra boca, resultado estamos encaixados

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Domínio.com

Eita porra. Como pode ? Com que autoridade? 
Não que ele fosse desatento com os meus quereres, mas os dele são prioridade e ele sabe que olhando para aquilo tudo, não se havia de pensar em outra coisa senão querer aquilo tudo. A refrega dura muito.
A agonia era esse hábito de me vir por trás, nunca quer saber se estou pronta ou não. Me vem. Enquanto  sacia a vontade dele, suas mãos se ocupam das minhas vontades. Mãos imensas, pesadas. Eita porra. De lado não tem o peso do corpo dele, tem a força e a rigidez daquilo tudo. Parece vivo, vai entrando aos poucos, paciente. E morde nuca e faz cabelos de rédea. Arde um pouco, doi um tanto. Ele se esquece de mim. Eu me encaixo na  sua mão, quero eu também alguma alegria, caio com o corpo inteiro sobre o braço dele e ele faz de mim cavalgadura. Dois bichos. A outra mão no meu quadril vai dizendo o ritmo. A outra mão dentro de mim não diz nada. Esqueço dele. Com aqueles dois dedos dentro de mim, vou gozando lento, as pernas fraquejando. Um formigamento. Ele se lembra de mim, penso em pedir ajuda a Deus, mas não sei qual o santo correto para tal situação. Montado em mim, as duas mãos livres, me puxa para ele de uma vez, solto um grito seco. Ele para e se admira do que vê, passa a mão no lombo que parece continuação do corpo dele. Ri. Tende misericórdia de mim senhor. Entra e sai. Minutos. Não fala nada. Abraça a minha cintura e me faz sentar sobre suas pernas com ele ainda dentro de mim. Uma mão sobe, aperta o meu peito. Doi ainda. Coloca os meus cabelos de lado, beija a nuca e deita. Ainda dentro de mim. Vai saindo aos poucos, mais por inércia do que por ação dos corpos. Fica só o coração dele batendo nas minhas costas e o meu nas mãos dele.

domingo, 10 de abril de 2011

Um domingo qualquer

Gostaria de conhecer quem tem essas idéias.

Je t'aime... moi non plus

Essa música tocava em um clube perto de casa.  Era assim: os pais e outros adultos responsáveis já estavam um pouco bêbados, o segurança apagava a luz do salão e pronto estava dada a autorização para começarmos a sarrar.  Era um tal de mão no peito, de beijo de língua, de pau ficando duro de bucetas ficando molhadas.
As mesas dos adultos ficavam todas de um lado do salão e não sei como eles não percebiam que todo mundo dava um jeito de dançar de costas para eles e mesmo tendo espaço no centro ficávamos nos cantos, nos  lugares mais escuros. Corpos tentando se encaixar encostados em paredes pintadas de cal. As mais expertas conseguiam fazer o cara gozar ali mesmo era engraçado ver um ou dois rapazes correndo para o banheiro antes do final da música. Demoravam um tempo lá. Ruim só era quando a gente levava um chupão no pescoço e tinha que ir com camisa de gola alta para escola durante uma semana, isso em Recife, e no calor. Eu só tinha uma e lavava de noite para usar no outro dia.
 Sempre três musicas lentas e antes de acender a luz uma música mais animada para dançar soltinho, tempo dos paus voltarem ao seu estado de repouso, dos peitos voltarem para dentro do sutian e do coração retomar o batimento normal.
Muito tempo depois descobri uma tradução.
O rapaz diz:
Como uma onda irresoluta
Eu vou, eu vou e venho
Entrelaçado no seu dorso
Sim ele está pegando ela por trás, provavelmente enrabando ela.
Depois para minha surpresa ele diz
Eu te amo, eu te amo
E ela diz
Eu não te amo mais.
Esses franceses, são uns loucos.
Toda vez que escuto ainda tenho vontade de sarrar. 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Desajuno



Talvez venha dessa minha mania de querer agradar todo mundo.
Talvez tenha em mim um vício por sabores estranhos.
Mas o fato é que gosto mesmo de chupar um pau. Logo de manhã cedo quando o dono do próprio ainda está
dormindo. Aquela ciobinha mole, meio borrachuda, sem graça, vai tomando corpo, As veias, a cor, o cheiro.
Tem isso também, gosto do cheiro, parece água sanitária, mas mesmo assim eu gosto. Gosto dele acordando, gemendo baixinho, se contorcendo devagarinho para não deixar o pau sair da minha boca. Ele se contorce, eu finjo  que vou parar. Ele parece que vai chorar.  A mão ajuda, segue o movimento. Suor sempre é bom. Ele arqueia mais ainda, engraçado, parece que levou um choque. Grita, grita, geme. É rápido, fica sem forças, morre novamente. Pequena morte. 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Exato

Queria entender por que tua mão tem o tamanho exatinho do meu peito...
Exatinho!
Podia ser maior, 
Podia não caber.
Mas é exatinho.
Quase tudo é exato.
No começo, me dava um nervoso te saber tanto.
Depois veio o entendimento da mágica
É mágica. 
Tens outro substantivo?
Que nome se dá quando o cheiro de um corpo se reproduz no outro?
Que nome se dá à honesta fraqueza que toma conta das minhas pernas na hora que tua mão esbarra nelas?
Que nome se dá?
Queria tanto que a tua mão  não fosse do tamanho exato do meu peito
Queria dormir inquieta imaginando tuas andanças pelo mundo, sem a certeza da tua respiração no meu ouvido.
Queria uma dúvida. Melhor, queria uma brochada.
Queria uma prova que não sou tua.
Acabou o meu querer. Quero nada não. 
Quero essa respiração no mesmo compasso.
Quero coisa besta de cotidiano.
A tua encoxada, a minha perna que se abre, a respiração que vai se agitando, a mão que puxa o meu cabelo,
o gozo risonho, a tua cara de contente, a porra escorrendo.
Não para, não para.
A tua mão do tamanho exato do meu peito carrega ele até a tua boca. 
Não para.
De novo, começa. De novo termina. Não para
Chupa por favor
E de novo começa e de novo termina

Solta




Ela pensa por ela mesma, isso eu já falei.
Vem dela uma vontade que desconheço minha. 
Nunca de mim saiu essa fome.
Esse fogo de agora, é tudo dela. Vem dela.
Endurece e umedece sozinha, sem meu conhecimento.
Autoridade? Sobre ela? Nenhuma.
Algumas vezes é com pobre da rua, com vigia de festa, com motorista de taxi. Lá vai ela.
Vê, pega e come. Carcará do meio das minhas pernas. Não conhece fastio. 
Deixo ela ir. Dizem que não é bom prender. Vai.
Não sacia de primeiro, quer sempre mais.
Fala de tamanhos e cheiros.
Cheiro atiça ela muito.
Alguns eu já conheço e evito, outros nem percebo.
Quando vejo já foi.
Abre-se, esparrama, engole. 
Cansaço? Acho que conhece, não.
Depois da refrega se lava. Se renova e de novo vai.
Às vezes queria que parasse, às vezes queria não.