quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Leite e água



Um mês longe de casa, o retorno obedece um ritual. Tudo tem um ritual. Compras, entrega de presentes, lavanderia, contas pagas, susto do cartão de crédito, avisos de chegada, caça por trabalho, reencontros e farras.
Depois de uma semana tudo parece estar de novo no lugar, finalmente tempo para um banho demorado, tempo para tomar posse de mim. Água caindo mansa, óleo de cheiro, pijaminha de estrelinha, estão faltando dois botões no pijaminha de estrelinha.  Faço uma trança no cabelo, leva tempo a trança e o sono chega trançando o meu juízo. Dormir, quem sabe até sonhar.
Nem escuto a porta abrindo, acordo com a voz dele.
-       Chegou quando?
-       Tem uma semana
-       Não ligou por que?
-       Medo disso
Cabe explicar que isso é a relação que temos há quase 15 anos e que atravessou todos os nossos namoros e casamentos, sou mais dele do que já fui de qualquer outro.  Isso também é o pau dele, que é o maior pau que já vi na vida, me refiro apenas aos que vi ao vivo. Grande que tenho medo de chupar e deslocar o meu maxilar.
Chupo o pau dele como se fosse um sorvete, lambendo a cabeça, mordiscando um pouco, nunca chupo como um pirulito colando tudo na boca. Medinho mesmo. Como explicaria ao médico da emergência? Deslocamento bucomaxilofacial causado por sucção de pênis acima da medida recomendada?
    Ele já se deita, dono de tudo. Desfaz a trança do meu cabelo, vai usar de rédea para a cavalgada. Meu pijama de estrelinha nem resiste, pobre do meu pijama de estrelinha, agora só restou um botão. A mão pesada, áspera faz o reconhecimento do meu corpo e leva embora o meu sono. Ele tem essa mania de me cheirar toda, como se fosse um bicho, mete nariz e lingua dentro mesmo, diz que sabe quando fui de outro pelo cheiro. Eu nem imagino de quantas ele é.
Alguns homens de pau grande imaginam que isso basta, ficam parados esperando que a gente faça tudo sozinha. Lembrete aos descansados, pau grande também requer empenho.
Ele sabe usar o que tem, tem paciência, conhecimento de causa. Primeiro coloca aquilo no meio das minhas pernas eu fico brincando, aperto com as coxas, ele fica duro, lateja, fico apertando e me contorcendo até gozar. Ele se prepara, coloca apenas a ponta e um suor frio desce das minhas costas. Aquele mesmo suor frio  que toma a gente antes da agulhada da anestesia, aquele mesmo suor frio que toma a gente quando estamos no vigésimo andar e olhamos para baixo. Eu sinto cada pedacinho entrando, devagar, devagar. Medo de que mesmo? Desse calor que me toma. A mão dele busca sozinha a minha buceta, massageia generoso. Facilita. Me coloca de frente para ele, calmo, dono de tudo, o pau não sai de dentro de mim. Sentada no colo dele, um de frente para o outro. No Kamasutra chama-se leite e água, ou ainda abraço da deusa. Minha mãe chama de dois macaquinhos.
Como é que eu fui me lembrar da minha mãe numa hora dessas meu Deus? Deus também? Agora só falta Madre Teresa. Concentra. Pensa no oceano. Oceano do Djavan? Esquece.
A boca busca o meu peito, beija, lambe, suga, acho bonito o bico quase rosa ficar avermelhado. Há ainda algo meu que não seja dele? Entre um e outro só suor escorrendo. Ele não tem pressa, se movimenta lento, não grita, não faz barulhos, sorri. Uma mão sobre a minha barriga a outra no final das minhas modela o movimento, tira de mim contorcionismos. Ele Parece que vai desmaiar, eu já perdi todos os sentidos. Me beija e goza, o corpo inteiro treme, a cama acho que treme também. Vamos deslizando um para fora do outro. O pau imenso está desfalecido no meio das pernas dele.
-       Acho melhor você ir embora
-       Medo de que agora?
-       Medo que isso acorde e me coma de novo.

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkk adorei NAtara Ney .... desconhecia estes talentos teus .... bjo

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