sábado, 12 de novembro de 2011

Oração



Para ilustrar - O beijo de Auguste Rodin


Conversando com o último botão do meu pijaminha de estrelinhas,  falei que entendo perfeitamente que haja aplausos para o sol quando ele desce para o mergulho no mar. A luz dourada ali sumindo e as esperanças no dia seguinte surgindo. O que não entendo é porque também não se aplaude a lua quando ela toda prata, toda nua inunda o céu de desejos e fantasias. Então na intimidade, proseando com o lacinho da minha calcinha de algodão, percebo que as homenagens a lua são os batons vermelhos nas bocas, são os cabelos soltos, as saias mais curtas e decotes mais longos. Os bicos dos peitos se arrepiam mais facilmente na lua cheia, os paus parecem ficar mais sensíveis. todo mundo fica mais excitado nela. Presta atenção. Rende homenagem a lua cheia, aquele que docemente se entrega aos seus mandos. Sim ela manda. Escuto agora ela me dizendo para colocar um perfume suave no meio  das pernas, um pingo de perfume da bota que trouxe do Pará atrás da orelha,  um vestido que de vez em quando caia deixando um ombro nu. Diz ela que eu devo sair, beber o suficiente apenas para me descompromissar com o horário de amanhã. Agora na rua ela me obriga a sorrir para quase todo passante. Na pista dançando é ela quem faz as mãos descerem, os calores subirem e as bocas se encontrarem.  Agora na cama é para ela, quase que em oração que dedico esse gozo, um gozo morninho, esses gozos de verão cheios de suor. Relaxada, olho da janela e ela lá, sorrindo? Iluminando? Ou também gozando com o sol pegando ela por trás?

3 comentários:

Sempre me interessa o que pensas.