É sempre poética a imagem da femea que sai na noite, toda
arrumada a procura de uma boa trepada. Enfeita-se, depila-se em lugares nunca
dantes navegados, calcinhas de renda, maquiagem nas imperfeições e coisa e tal.
Mas na vida real se dá quase que uma pesca mortal, sim por que a noite é um mar
de possibilidades. Depois de um tempo já tendo trepado a quantidade de vezes
que trepei, não é em qualquer mar que consigo um bom pescado. Depois de um
tempo você já conhece as marés e onde vale a pena jogar a rede. Algumas vezes a
vontade de trepar é tanta que qualquer sardinha vira salmão, foi o caso.
Noite destas, assim toda pronta, parti para mais um episódio de
pesca mortal. Um bar, uma festa, uma roda de samba e nada de aparecer uma
presa, final de noite perto de casa vamos ver se a sorte nos ajuda. Ajudou.
Enfim, como falei antes, na hora da fome arroz com ovo é risoto. Foi assim dessas trepadas média, tipo nota 7.
Sim eu dou nota e não se façam de inocentes porque todo mundo faz isso. Achei
estranho ele esperar o dia clarear, achei estranho ele pedir uma caneta, achei
estranho ele escrever frases estranhas e desconexas sobre a noite, sobre a
troca de olhares, sobre uma certa buceta muito molhada, sobre um pau
encontrando um refúgio. Achei ruim quando a tinta da caneta acabou e ele pegou
um marcador de cds, fez desenhos delicados. Uma hora colocou dois dedos na
minha buceta, ficou massageando, brincando, depois tirou e começou a descrever
sobre cheiros. Me comeu mais uma vez. Ficamos os dois carimbados da noite. Foi
embora. Acontece, uma trepada nota 7 em evolução pode virar 10 em criatividade.
PS. Alguém sabe como remover marcador de cd do corpo?
Sensacional.
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