Essa música tocava em um clube perto de casa. Era assim: os pais e outros adultos responsáveis já estavam um pouco bêbados, o segurança apagava a luz do salão e pronto estava dada a autorização para começarmos a sarrar. Era um tal de mão no peito, de beijo de língua, de pau ficando duro de bucetas ficando molhadas.
As mesas dos adultos ficavam todas de um lado do salão e não sei como eles não percebiam que todo mundo dava um jeito de dançar de costas para eles e mesmo tendo espaço no centro ficávamos nos cantos, nos lugares mais escuros. Corpos tentando se encaixar encostados em paredes pintadas de cal. As mais expertas conseguiam fazer o cara gozar ali mesmo era engraçado ver um ou dois rapazes correndo para o banheiro antes do final da música. Demoravam um tempo lá. Ruim só era quando a gente levava um chupão no pescoço e tinha que ir com camisa de gola alta para escola durante uma semana, isso em Recife, e no calor. Eu só tinha uma e lavava de noite para usar no outro dia.
Sempre três musicas lentas e antes de acender a luz uma música mais animada para dançar soltinho, tempo dos paus voltarem ao seu estado de repouso, dos peitos voltarem para dentro do sutian e do coração retomar o batimento normal.
Muito tempo depois descobri uma tradução.
O rapaz diz:
“Como uma onda irresoluta
Eu vou, eu vou e venho
Entrelaçado no seu dorso”
Sim ele está pegando ela por trás, provavelmente enrabando ela.
Sim ele está pegando ela por trás, provavelmente enrabando ela.
Depois para minha surpresa ele diz
Eu te amo, eu te amo
E ela diz
Eu não te amo mais.
Esses franceses, são uns loucos.
Toda vez que escuto ainda tenho vontade de sarrar.
Li todas as postagens. Gostei bastante do seu blog. Você me lembra a personagem do livro "A casa dos budas ditosos". Esse texto principalmente. Parece bastante. Se não leu ainda - fato que eu penso quase impossível -, acho válido procurar. Você vai amar!
ResponderExcluirHá-braços,
Savana Dantas.