domingo, 10 de abril de 2011

Je t'aime... moi non plus

Essa música tocava em um clube perto de casa.  Era assim: os pais e outros adultos responsáveis já estavam um pouco bêbados, o segurança apagava a luz do salão e pronto estava dada a autorização para começarmos a sarrar.  Era um tal de mão no peito, de beijo de língua, de pau ficando duro de bucetas ficando molhadas.
As mesas dos adultos ficavam todas de um lado do salão e não sei como eles não percebiam que todo mundo dava um jeito de dançar de costas para eles e mesmo tendo espaço no centro ficávamos nos cantos, nos  lugares mais escuros. Corpos tentando se encaixar encostados em paredes pintadas de cal. As mais expertas conseguiam fazer o cara gozar ali mesmo era engraçado ver um ou dois rapazes correndo para o banheiro antes do final da música. Demoravam um tempo lá. Ruim só era quando a gente levava um chupão no pescoço e tinha que ir com camisa de gola alta para escola durante uma semana, isso em Recife, e no calor. Eu só tinha uma e lavava de noite para usar no outro dia.
 Sempre três musicas lentas e antes de acender a luz uma música mais animada para dançar soltinho, tempo dos paus voltarem ao seu estado de repouso, dos peitos voltarem para dentro do sutian e do coração retomar o batimento normal.
Muito tempo depois descobri uma tradução.
O rapaz diz:
Como uma onda irresoluta
Eu vou, eu vou e venho
Entrelaçado no seu dorso
Sim ele está pegando ela por trás, provavelmente enrabando ela.
Depois para minha surpresa ele diz
Eu te amo, eu te amo
E ela diz
Eu não te amo mais.
Esses franceses, são uns loucos.
Toda vez que escuto ainda tenho vontade de sarrar. 

Um comentário:

  1. Li todas as postagens. Gostei bastante do seu blog. Você me lembra a personagem do livro "A casa dos budas ditosos". Esse texto principalmente. Parece bastante. Se não leu ainda - fato que eu penso quase impossível -, acho válido procurar. Você vai amar!

    Há-braços,

    Savana Dantas.

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